domingo, 9 de outubro de 2011

Politicamente correto



Antes de mais nada quero dizer que esse título é um chiste já que por si só denota uma impossibilidade: se alguma coisa é política, pelo menos em nosso país, por certo não pode ser correto, rsrsrs.

Dito isto, vamos ao que interessa. Uma amiga que incitou a falar sobre as canções de ninar encaminhando um e-mail que menciona letras de diversas cantigas do nosso folclore: Boi da cara preta", Atirei o pau no gato-to-to, Marcha soldado, O cravo brigou com a rosa e por aí vai. A mensagem inicial era passada por uma brasileira que trabalha como babá nos EUA, e lá, a criançada só ouve canções lindas de fadas e anjos e princesas onde tudo dá certo.

Bem, acho que as músicas do nosso folclore, salvo raras exceções (Atirei o pau no gato, por exemplo, poderia sair) deveriam continuar a ser difundidas, assim como os livros de Monteiro Lobato, mesmo aqueles hoje considerados politicamente incorretos. Fazem parte de nossa história e de nossa cultura, devem ser analisados dentro do contexto em que foram gerados, como tudo aliás. Lya Luft também pensa assim e diz que o medo é necessário e faz parte da vida, ajuda-nos a criar defesas, desde que não seja uma coisa desproporcional, é claro. As crianças gostam dessas músicas e até se divertem com elas. Passa pelo imaginário infantil, pela fantasia. Quando tiramos isso delas cria-se um mundo irreal, de mais fantasia ainda, como se tudo fosse perfeito, bonito e justo. Essa não é a vida.

Sei não, mas acho a sociedade americana uma das mais doentes do mundo, basta ver como geram serial killers que do nada massacram crianças em escolas, pessoas em shoppings e tudo mais. Não há uma análise simplista para isso, mas acho que essa visão de mundo perfeito que as cantigas americanas proclamam não contribuem em nada, a não ser para enfatizar o sentimento de superioridade e prepotência tão característico a essa potência dominadora.

2 comentários:

  1. Acho que s nossas canções infantis "tenebrosas" acabam dando mais certo do que as açucaradas melodias americanas... haja vista a (in)sanidade mental de ambos os povos.

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  2. Essa sua amiga deve ser bem cricri ou muito amorosa! Vem a calhar comentar hoje, Dia da Aparecida e das Crianças, as cantigas. Que gente mais chata essa gente grande! A criança que roda de mãos dadas, muitas vezes ao luar, só acreditava nos sons a embalar seus sonhos:"um dia vou crescer, e que seja rápido, aí tudo vou poder". Belas ilusões! Tempo bom de diversão, o do faz de conta. O cravo brigou com a rosa , mas a foi visitar e tudo terá acabado bem. É sempre preciso acreditar e, como nos conta vc, é preciso aprender a enfrentar os medos!
    Feliz Dia das Crianças, até para aquelas coitadinhas que estão "sem rodar" e sem uma cantiguinha!
    Bjs, Ritinha, vim visitar as suas flores!
    Elô

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